Hortas urbanas
PROJECTO HORTAS URBANAS - BIOSITE em parceria com a Fábrica do Braço de Prata
Assistência a Projectos de Hortas Urbanas e Projecto hortas urbanas na Fábrica do Braço de Prata onde existe um curso preparatório mensal Agricultura urbana
Contacto - Engª Raquel Sousa
93 303 1962
Consultoria a projetos camarários, institucionais e privados.
A Biosite apoiou a realização da conceção e instalação de hortas urbanas em vários projetos nomeadamente Lipor, Fundação Salinas do Samouco, Fábrica do Braço de Prata em Lisboa, Hortas Urbanas de Lagos e Cascais. Também apoiou o planeamento de vários projetos privados de hortas urbanas -Associação in Loco, família Stuttaford, etc.
http://www.youtube.com/watch?v=YRFaDUpXDWs
A agricultura biológica como mais valia para a saúde, o ambiente e os desequilíbrios ecológicos
Novo Curso de Hortas em Varandas
Assistência a Projectos de Hortas Urbanas e Projecto hortas urbanas na Fábrica do Braço de Prata onde existe um curso preparatório mensal Agricultura urbana
Contacto - Engª Raquel Sousa
93 303 1962
Consultoria a projetos camarários, institucionais e privados.
A Biosite apoiou a realização da conceção e instalação de hortas urbanas em vários projetos nomeadamente Lipor, Fundação Salinas do Samouco, Fábrica do Braço de Prata em Lisboa, Hortas Urbanas de Lagos e Cascais. Também apoiou o planeamento de vários projetos privados de hortas urbanas -Associação in Loco, família Stuttaford, etc.
Como começar uma Horta Urbana – a cidadania a avançar
A quantidade de pessoas que pretendem agricultar um
talhão urbano ou fazer uma horta na sua varanda, terraço, telhado ou quintal,
aumenta a olhos vistos e é talvez a maior demostração de cidadania em Portugal. Em hortas a
tradição sempre foi diferente. Por necessidade as pessoas comungam de um espaço
comum, vigiam-no entre si e zelam pelo interesse do grupo que ocupa o espaço
cultivado e as redondezas, onde muitas vezes se encontram instaladas zonas de
convívio com mesas e assentos e um ensombramento. E onde se trocam
experiências, fatores de produção e claro hortaliças!
E como manifestação espontânea do desejo de se
organizar num espaço comum a várias pessoas, com o fim de elaborar uma horta,
possibilita o desenvolvimento da própria cidadania. Assim, leva as pessoas a
perceber que juntos podem chegar mais longe na resolução de necessidades
alimentares/ocupação de tempos livres/exercício físico tendo um lugar
primordial na saúde preventiva, pois promove a nutrição saudável. Contribui
também para a promoção do associativismo, que em Portugal, é sabido, tem baixa
expressão e onde, por exemplo, o cooperativismo é visto com desconfiança,
enquanto que em países como os EU é um fenómeno enorme e em expansão em todos
os ramos de atividades.
Agora este fenómeno natural de organização e agregação
espontânea de vários cidadãos tende a ser regulado e tomado pela rédea por
entidades institucionalizadas como os Municípios.
Muito embora a iniciativa seja de louvar, e mesmo
sabendo que a organização destes espaços públicos se torna muito mais barata,
por ser transformada em hortas urbanas, pois são mantidos, segundo as regras
criadas pela Câmaras ou afins, pela própria população, embaratecendo a gestão
de espaço verdes, em comparação com a manutenção de jardins públicos e trazendo
simultaneamente dividendos políticos, pois estes projetos são do agrado da
população até porque tornam de facto a cidade mais sustentável.
No entanto o facto de as hortas serem organizadas só por
entidades institucionais, contraria uma fase mais madura da cidadania, que tarda em despertar em
Portugal, talvez porque estamos sempre habituados a que alguém faça por nós, o
que mais uma vez se passa neste fenómeno das hortas urbanas. Assim o facto de
em outras capitais ou cidades, o fenómeno se ter passado inversamente, ou seja
onde a génese de hortas urbanas esteve como aqui ligada a fenómenos populares
espontâneos, mas que depois foram através de pedidos feitos pela própria
população, incorporados numa rede urbana de “ urban gardens” como por exemplo em
Londres, onde um dos mapas turísticos da cidade publicado pela Câmara,
contem as hortas organizadas pela população, mas vinculadas e
homologadas como espaços públicos, pela Câmara, a pedido da população que
organizou e regrou o espaço a seu bel
prazer, contendo este fenómeno uma maior liberdade do cidadão, que organiza o
espaço conforme as suas necessidades e tenta no final do processo legalizá-lo
perante as autoridades, sendo só para
isso necessário que a câmara dê o seu aval ao espaço, como parte de uma rede de
jardins públicos da cidade e visitáveis por toda a gente. Ora qualquer grupo de portugueses pode fazer
isto. Em qualquer lugar que seja já de hortas ou que se queira criar. Dou um
exemplo:
Em Carcavelos, onde já existe uma horta urbana criada
pela Câmara, há muitas pessoas interessadas em mais. Os habitantes de um dos
bairros, tem já desenvolvidas as primeiras zonas de cultivo, existindo ali três
ou quatro hortas instaladas, encontrando-se numa situação de espera depois de
terem pedido ao poder municipal a elaboração de um espaço planificado de hortas
urbanas nos terrenos adjacentes, A dificuldade de acesso à água, faz com estas
tenham sido criadas pelos moradores dos prédios mais próximos, pois ligam
diretamente mangueiras às torneiras de distribuição domésticas.
Os moradores acreditam que o pedido que fizeram à
câmara venha a ser atendido, mas não é certo ainda se a entidade municipal tem
prevista a criação neste local de um espaço planificado de hortas urbanas.
Poderiam, porém, muito simplesmente, organizar-se e
propor a criação daquele projeto, informando apenas a câmara desta intenção e
requerendo a instalação de um terminal de abastecimento de água no local,
deixando claro que pretendem gerir eles próprios o espaço que, no futuro,
poderá ser considerado um jardim público. Um projeto que poderia até integrar
atividades a desfrutar por visitantes, servindo como espaço de lazer para toda
a gente, onde as crianças possam aprender a produzir os seus alimentos e tenham
um contacto enriquecedor com a natureza. E isto pode passar-se imediatamente,
tendo a Câmara pura e simplesmente que disponibilizar uma boca de água e um
contador e formalizar a cedência do espaço público. Este é um grau de cidadania
mais evoluído, onde os custos de elaboração das hortas são menores e onde é
promovida a organização e a iniciativa dos cidadãos. Se este processo fosse dificultado, é ainda possível uma estratégia alternativa de sucesso
historicamente comprovado – a ocupação do terreno e posterior legalização do
projeto, avançando com a criação de estruturas de retenção de água. Um via
semelhante àquela que está na génese de muitas hortas espontâneas, desde que
sem consequências nefastas em termos de impacto ambiental, desde que as hortas
sejam declaradas e instaladas em locais livres de pesticidas e herbicidas.
Resumindo o que expusemos aqui, uma pessoa ou grupo de
cidadãos que queira organizar uma horta urbana pode seguir aproximadamente
estes passos:
1- Encontrar um terreno público ou privado que possa ser cedido, ou seja,
fazer um reconhecimento do terreno, real ou no Google Earth, na zona
pretendida.
2-
Dirigir-se à câmara, que a pode informar sobre a
pertença do terreno – se é espaço público ou privado. Pode também consultar o
PDM, como pista de procura, pois este indicia o uso do território, porém é
muito macroscópico – em espaço urbanizável de moradias ou prédios, podem
existir pequenos terrenos não marcados ao nível do PDM, que servirão para o fim
pretendido, apenas detetáveis por reconhecimento, mas podemos saber assim onde
sãos as zonas urbanizáveis e as que o não são. Estas últimas, se próximas das
primeiras, podem servir o fim.
3-
Fazer um pedido de cedência do espaço, que em Portugal
só é possível se partir de um grupo organizado, uma associação ou comissão de
moradores. Ou conseguir que a câmara ceda só a gestão do espaço e requerer
depois uma boca de água e contador.
4- Mãos à obra! Planear o espaço conforme o plano pré definido. O projeto pode ser até mais
ambicioso e tornar-se um local de visita, para mostrar às pessoas aquilo que
fazem, ou mesmo montar uma estrutura de educação ambiental aberta aos visitantes e escolas,
algumas horas por semana. Pode ser também pedida ajuda a entidades técnicas
especializadas, como a Biosite, que existe para ajudar a planear estes espaços.
Cidades do
séc. XXI
A existência
de hortas urbanas pode, como em Lisboa ou Loures, fazer parte da Estrutura
Verde da cidade, integrando os corredores verdes criados com fins
multifuncionais tais como:
- Controle
climático e micro climático da cidade, evitando temperaturas e ventos
excessivos criados pelo betão
- Controle de
erosão
- Criação de
habitat e manutenção da biodiversidade urbana, já muito baixa
- Controle dos
ciclos hídricos, permitindo a infiltração de águas e a recarga dos aquíferos
e controlando assim o risco de cheias tão comum nas zonas baixas das cidades
em consequência do rápido escoamento das águas pelas superfícies pavimentadas
urbanas
- Criação de
uma área de lazer para os cidadãos, num ambiente urbano e deficitário deste
tipo de estruturas
As hortas
urbanas são, portanto, parte integrante da criação da cidade sustentável e da
promoção de cidadania proactiva, com inclusão de fontes de comida, energias
renováveis e edifícios verdes, e onde as hortas de varanda ou de telhado
transformam os edifícios existentes, podendo também assim serem integradas
nos corredores verdes.
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Como comer saudável:
aumentar a produção da sua horta e complementar com produtos bio entregues em
casa.
Comer vegetais
frescos e bio é possível com pouco investimento e acessível a todos desde já. A
sua horta, quer seja em quintal quer em varanda, pode, com a metodologia
apropriada, produzir muito mais do que à partida poderia pensar. É possível
produzir pelo menos 50 plantas por metro quadrado e pode ter também mais área
do que imagina:
As dicas principais
para conseguir isto são:
1- Para começar, tem de contabilizar a área produtiva tridimensionalmente ou
seja, contar com estruturas que permitam crescer em altura em qualquer dos
casos, (ver figura), quer se trate de quintal, varanda, terraço ou telhado.
Basta recorrer a estruturas simples como aquelas que nas cantinas servem para
colocar os tabuleiros, e que neste caso teriam vasos.
2- Tem em seguida que contabilizar, por cada metro quadrado, 50 plantas o que
se é possível se tentar cultivá-las em consociação, ou seja, misturando-as, permitindo
que aquelas que coexistem bem consigam sobrepor-se tridimensionalmente, tal
como num m2 de um baldio qualquer.
3- Pode fazer os viveiros numa janela, permitindo que as plantas só ocupem o
menos tempo possível a terra definitiva e assim seja possível crescerem mais no
mesmo espaço. E é importante aqui frisar que deve usar sementes bio, pois são
mais resistentes.
4- Enquanto monta a sua horta e espera pelas colheitas, encomende cabazes bio
semanais ou quinzenais entregues ao domicílio. A Biosite, cooperativa sem fins
lucrativos, distribui na zona urbana de Lisboa e permite-lhe encomendar semanal
ou quinzenalmente frutas e vegetais, sendo possível encomendar só fruta ou mais
fruta que vegetais, caso venha a produzir na sua horta todos os vegetais que
lhe são necessários. Cabazes de 5 kg são entregues por 16 euros e cabazes de 7
kg por 21 euros, valores que estão entre os mais baratos do mercado. À medida
que começar a produzir na sua horta, poderá avaliar se precisa de mais ou menos
vegetais e complementar a sua produção, encomendando só cabazes de fruta, por
exemplo. Poderá assim garantir uma alimentação inteiramente bio e barata
sobretudo se reduzir a proteína animal que é o que roda dos alimentos diz.
Com um curso especializado em hortas em pequenos espaços poderá aprender
tudo o que necessita em cerca de um dia.
Cabaz bio de 5
Kg com vegetais para sopa e salada e fruta
Listagem das
instituições que recebem inscrições de hortas urbanas e/ou dão auxílio na sua
conceção/elaboração
O primeiro projeto de hortas urbanas, elaborado pela Lipor em parceria com os municípios da
zona do Grande Porto, permanece talvez o mais extensivo, tendo muitos cidadãos
em lista de espera e continuando a desenvolver novos locais. Data de 2009 e
engloba a formação dos utentes, mantendo a exigência de as hortas serem bio.
Neste momento existe uma proliferação de projetos de hortas urbanas quer em
termos institucionais quer elaborados
por associações e cooperativas, em parceria ou independentemente. Existe no
PORTAU uma listagem que não é exaustiva mas que tem uma grande
representatividade.
Para além destas, o nosso senso detetou as seguintes:
- Hortas Urbanas Sociais de Lagos, geridas pela CM de Lagos.
- Hortas Urbanas da Fundação Salinas do Samouco,
geridas pela fundação.
- Hortas Urbanas da Fábrica do Braço de Prata (FBP), criadas
como projeto de parceria entre a Biosite, CRL e a FBP.
Eis alguns sites recomendados sobre os assuntos que
tratamos aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=YRFaDUpXDWs
in revista “Jardins” Março 2013
Raquel Sousa, Eng.ª Agrícola
A agricultura biológica como mais valia para a saúde, o ambiente e os desequilíbrios ecológicos
Novo Curso de Hortas em Varandas
na Fábrica do Braço de Prata
A pequena Horta Caseira. É muito mais simples do que se possa pensar.