Hortas urbanas

PROJECTO HORTAS URBANAS - BIOSITE em parceria com a Fábrica do Braço de Prata

Assistência a Projectos de Hortas Urbanas e Projecto hortas urbanas na Fábrica do Braço de Prata onde existe um curso preparatório mensal Agricultura urbana 


Contacto - Engª Raquel Sousa
93 303 1962

Consultoria a projetos camarários, institucionais e privados.
A Biosite apoiou a realização da conceção e instalação de hortas urbanas em vários projetos nomeadamente Lipor, Fundação Salinas do Samouco, Fábrica do Braço de Prata em Lisboa, Hortas Urbanas de Lagos e Cascais. Também apoiou o planeamento de vários projetos privados de hortas urbanas -Associação in Loco, família Stuttaford, etc.



Como começar uma Horta Urbana – a cidadania a avançar

 

A quantidade de pessoas que pretendem agricultar um talhão urbano ou fazer uma horta na sua varanda, terraço, telhado ou quintal, aumenta a olhos vistos e é talvez a maior demostração de cidadania em Portugal. Em hortas a tradição sempre foi diferente. Por necessidade as pessoas comungam de um espaço comum, vigiam-no entre si e zelam pelo interesse do grupo que ocupa o espaço cultivado e as redondezas, onde muitas vezes se encontram instaladas zonas de convívio com mesas e assentos e um ensombramento. E onde se trocam experiências, fatores de produção e claro hortaliças!

E como manifestação espontânea do desejo de se organizar num espaço comum a várias pessoas, com o fim de elaborar uma horta, possibilita o desenvolvimento da própria cidadania. Assim, leva as pessoas a perceber que juntos podem chegar mais longe na resolução de necessidades alimentares/ocupação de tempos livres/exercício físico tendo um lugar primordial na saúde preventiva, pois promove a nutrição saudável. Contribui também para a promoção do associativismo, que em Portugal, é sabido, tem baixa expressão e onde, por exemplo, o cooperativismo é visto com desconfiança, enquanto que em países como os EU é um fenómeno enorme e em expansão em todos os ramos de atividades.

Agora este fenómeno natural de organização e agregação espontânea de vários cidadãos tende a ser regulado e tomado pela rédea por entidades institucionalizadas como os Municípios.

Muito embora a iniciativa seja de louvar, e mesmo sabendo que a organização destes espaços públicos se torna muito mais barata, por ser transformada em hortas urbanas, pois são mantidos, segundo as regras criadas pela Câmaras ou afins, pela própria população, embaratecendo a gestão de espaço verdes, em comparação com a manutenção de jardins públicos e trazendo simultaneamente dividendos políticos, pois estes projetos são do agrado da população até porque tornam de facto a cidade mais sustentável.

No entanto o facto de as hortas serem organizadas só por entidades institucionais, contraria uma fase mais madura da cidadania, que tarda em despertar em Portugal, talvez porque estamos sempre habituados a que alguém faça por nós, o que mais uma vez se passa neste fenómeno das hortas urbanas. Assim o facto de em outras capitais ou cidades, o fenómeno se ter passado inversamente, ou seja onde a génese de hortas urbanas esteve como aqui ligada a fenómenos populares espontâneos, mas que depois foram através de pedidos feitos pela própria população, incorporados numa rede urbana de “ urban gardens” como por exemplo em Londres, onde um dos mapas turísticos da cidade publicado pela Câmara, contem as hortas organizadas pela população, mas vinculadas e homologadas como espaços públicos, pela Câmara, a pedido da população que organizou e regrou o espaço a seu bel prazer, contendo este fenómeno uma maior liberdade do cidadão, que organiza o espaço conforme as suas necessidades e tenta no final do processo legalizá-lo perante as autoridades,  sendo só para isso necessário que a câmara dê o seu aval ao espaço, como parte de uma rede de jardins públicos da cidade e visitáveis por toda a gente.  Ora qualquer grupo de portugueses pode fazer isto. Em qualquer lugar que seja já de hortas ou que se queira criar. Dou um exemplo:

Em Carcavelos, onde já existe uma horta urbana criada pela Câmara, há muitas pessoas interessadas em mais. Os habitantes de um dos bairros, tem já desenvolvidas as primeiras zonas de cultivo, existindo ali três ou quatro hortas instaladas, encontrando-se numa situação de espera depois de terem pedido ao poder municipal a elaboração de um espaço planificado de hortas urbanas nos terrenos adjacentes, A dificuldade de acesso à água, faz com estas tenham sido criadas pelos moradores dos prédios mais próximos, pois ligam diretamente mangueiras às torneiras de distribuição domésticas.

Os moradores acreditam que o pedido que fizeram à câmara venha a ser atendido, mas não é certo ainda se a entidade municipal tem prevista a criação neste local de um espaço planificado de hortas urbanas.
Poderiam, porém, muito simplesmente, organizar-se e propor a criação daquele projeto, informando apenas a câmara desta intenção e requerendo a instalação de um terminal de abastecimento de água no local, deixando claro que pretendem gerir eles próprios o espaço que, no futuro, poderá ser considerado um jardim público. Um projeto que poderia até integrar atividades a desfrutar por visitantes, servindo como espaço de lazer para toda a gente, onde as crianças possam aprender a produzir os seus alimentos e tenham um contacto enriquecedor com a natureza. E isto pode passar-se imediatamente, tendo a Câmara pura e simplesmente que disponibilizar uma boca de água e um contador e formalizar a cedência do espaço público. Este é um grau de cidadania mais evoluído, onde os custos de elaboração das hortas são menores e onde é promovida a organização e a iniciativa dos cidadãos. Se este processo fosse dificultado, é ainda possível uma estratégia alternativa de sucesso historicamente comprovado – a ocupação do terreno e posterior legalização do projeto, avançando com a criação de estruturas de retenção de água. Um via semelhante àquela que está na génese de muitas hortas espontâneas, desde que sem consequências nefastas em termos de impacto ambiental, desde que as hortas sejam declaradas e instaladas em locais livres de pesticidas e herbicidas.

 
Resumindo o que expusemos aqui, uma pessoa ou grupo de cidadãos que queira organizar uma horta urbana pode seguir aproximadamente estes passos:

1-    Encontrar um terreno público ou privado que possa ser cedido, ou seja, fazer um reconhecimento do terreno, real ou no Google Earth, na zona pretendida.

2-    Dirigir-se à câmara, que a pode informar sobre a pertença do terreno – se é espaço público ou privado. Pode também consultar o PDM, como pista de procura, pois este indicia o uso do território, porém é muito macroscópico – em espaço urbanizável de moradias ou prédios, podem existir pequenos terrenos não marcados ao nível do PDM, que servirão para o fim pretendido, apenas detetáveis por reconhecimento, mas podemos saber assim onde sãos as zonas urbanizáveis e as que o não são. Estas últimas, se próximas das primeiras, podem servir o fim. 

3-    Fazer um pedido de cedência do espaço, que em Portugal só é possível se partir de um grupo organizado, uma associação ou comissão de moradores. Ou conseguir que a câmara ceda só a gestão do espaço e requerer depois uma boca de água e contador.

4-    Mãos à obra!  Planear o espaço conforme o plano pré definido.  O projeto pode ser até mais ambicioso e tornar-se um local de visita, para mostrar às pessoas aquilo que fazem, ou mesmo montar uma estrutura de educação ambiental aberta aos visitantes e escolas, algumas horas por semana. Pode ser também pedida ajuda a entidades técnicas especializadas, como a Biosite, que existe para ajudar a planear estes espaços.

 

 

 

 

 

Cidades do séc. XXI
 
A existência de hortas urbanas pode, como em Lisboa ou Loures, fazer parte da Estrutura Verde da cidade, integrando os corredores verdes criados com fins multifuncionais tais como:
- Controle climático e micro climático da cidade, evitando temperaturas e ventos excessivos criados pelo betão
- Controle de erosão
- Criação de habitat e manutenção da biodiversidade urbana, já muito baixa
- Controle dos ciclos hídricos, permitindo a infiltração de águas e a recarga dos aquíferos e controlando assim o risco de cheias tão comum nas zonas baixas das cidades em consequência do rápido escoamento das águas pelas superfícies pavimentadas urbanas
- Criação de uma área de lazer para os cidadãos, num ambiente urbano e deficitário deste tipo de estruturas
 
As hortas urbanas são, portanto, parte integrante da criação da cidade sustentável e da promoção de cidadania proactiva, com inclusão de fontes de comida, energias renováveis e edifícios verdes, e onde as hortas de varanda ou de telhado transformam os edifícios existentes, podendo também assim serem integradas nos corredores verdes.
 

 

 

 


Como comer saudável: aumentar a produção da sua horta e complementar com produtos bio entregues em casa.

 

Comer vegetais frescos e bio é possível com pouco investimento e acessível a todos desde já. A sua horta, quer seja em quintal quer em varanda, pode, com a metodologia apropriada, produzir muito mais do que à partida poderia pensar. É possível produzir pelo menos 50 plantas por metro quadrado e pode ter também mais área do que imagina:

As dicas principais para conseguir isto são:

1-    Para começar, tem de contabilizar a área produtiva tridimensionalmente ou seja, contar com estruturas que permitam crescer em altura em qualquer dos casos, (ver figura), quer se trate de quintal, varanda, terraço ou telhado. Basta recorrer a estruturas simples como aquelas que nas cantinas servem para colocar os tabuleiros, e que neste caso teriam vasos.

2-    Tem em seguida que contabilizar, por cada metro quadrado, 50 plantas o que se é possível se tentar cultivá-las em consociação, ou seja, misturando-as, permitindo que aquelas que coexistem bem consigam sobrepor-se tridimensionalmente, tal como num m2 de um baldio qualquer.

3-    Pode fazer os viveiros numa janela, permitindo que as plantas só ocupem o menos tempo possível a terra definitiva e assim seja possível crescerem mais no mesmo espaço. E é importante aqui frisar que deve usar sementes bio, pois são mais resistentes.

4-    Enquanto monta a sua horta e espera pelas colheitas, encomende cabazes bio semanais ou quinzenais entregues ao domicílio. A Biosite, cooperativa sem fins lucrativos, distribui na zona urbana de Lisboa e permite-lhe encomendar semanal ou quinzenalmente frutas e vegetais, sendo possível encomendar só fruta ou mais fruta que vegetais, caso venha a produzir na sua horta todos os vegetais que lhe são necessários. Cabazes de 5 kg são entregues por 16 euros e cabazes de 7 kg por 21 euros, valores que estão entre os mais baratos do mercado. À medida que começar a produzir na sua horta, poderá avaliar se precisa de mais ou menos vegetais e complementar a sua produção, encomendando só cabazes de fruta, por exemplo. Poderá assim garantir uma alimentação inteiramente bio e barata sobretudo se reduzir a proteína animal que é o que roda dos alimentos diz.

Com um curso especializado em hortas em pequenos espaços poderá aprender tudo o que necessita em cerca de um dia.
 



Cabaz  bio de 5 Kg com vegetais para sopa e salada e fruta

 

Listagem das instituições que recebem inscrições de hortas urbanas e/ou dão auxílio na sua conceção/elaboração

 

O primeiro projeto de hortas urbanas, elaborado pela Lipor em parceria com os municípios da zona do Grande Porto, permanece talvez o mais extensivo, tendo muitos cidadãos em lista de espera e continuando a desenvolver novos locais. Data de 2009 e engloba a formação dos utentes, mantendo a exigência de as hortas serem bio. Neste momento existe uma proliferação de projetos de hortas urbanas quer em termos  institucionais quer elaborados por associações e cooperativas, em parceria ou independentemente. Existe no PORTAU uma listagem que não é exaustiva mas que tem uma grande representatividade.

Para além destas, o nosso senso detetou as seguintes:

- Hortas Urbanas Sociais de Lagos, geridas pela CM de Lagos.

- Hortas Urbanas da Fundação Salinas do Samouco, geridas pela fundação.

- Hortas Urbanas da Fábrica do Braço de Prata (FBP), criadas como projeto de parceria entre a Biosite, CRL e  a FBP.

Eis alguns sites recomendados sobre os assuntos que tratamos aqui:



http://www.youtube.com/watch?v=YRFaDUpXDWs
 
in revista “Jardins” Março 2013

Raquel Sousa, Eng.ª Agrícola




A agricultura biológica como mais valia para a saúde, o ambiente e os desequilíbrios ecológicos






Novo Curso de Hortas em Varandas
na Fábrica do Braço de Prata




A pequena Horta Caseira. É muito mais simples do que se possa pensar.








Curso

Hortas Biológicas em varandas


15 Maio 2010


Biosite.com





Em espaços pequenos e como forma de decoração, pode produzir os seus próprios legumes e verduras saudáveis, os temperos, ervas terapêuticas e aromáticas, com momentos de lazer e contacto com a terra, no seu ambiente familiar.

A horta num apartamento permite:
Descoberta do prazer gastronómico
Uma decoração elegante e com aroma surpreendente
Aprendizagem das crianças sobre respeito pela natureza
Actividade terapêutica e de relaxamento

Num workshop de 1 dia, poderá aprender na prática como fazer compostagem, semear, plantar e cuidar de plantas comestíveis e que podem ser decorativas, em apartamento.

Programa

Fertilidade do solo - Compostagem doméstica em apartamentos
Preparação do solo em floreiras e vasos
Plantação/sementeira
Controlo de infestantes/ Luta biológica
Horta ornamental e plantas aromáticas

Local: Instituto Superior de Agronomia, Lisboa
Valor: 50€

Pré-inscrição: TB de 20€ até 20 de Abril e envio de comprovativo por E-mail ou por Ctt
Inscrição: Pagamento do valor restante até 7 de Maio e apresentação do comprovativo no wk.

BIOSITE.COM

http://biosite-com.blogspot.com/
biosite.formacao@gmail.com
(2ª a 6ª, das 14h30 às 18h30)
933 031 962


Viver em apartamento não é impedimento para ter uma horta biológica, em forma de jardim no terraço, varanda, marquise, ou mesmo na sala e na cozinha.

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